TEMA: RESISTÊNCIA
INDÍGENA
Nossa aula foi:
7ºA,sexta-feira,
22 de agosto de 2025 .
7ºB,terça-feira,
19 de agosto de 2025 .EIXO TEMÁTICO
O mundo moderno e a conexão entre sociedades africanas, americanas e europeias.
HABILIDADES
OBJETIVOS DE CONHECIMENTOS
A conquista da América e as formas de organização política dos indígenas e europeus: conflitos, dominação e conciliação:
CONTEÚDO
METODOLOGIA:
Os objetivos da aula são:
Compreender que os povos indígenas resistiram de diversas formas à colonização portuguesa.
Identificar exemplos de movimentos de resistência indígena, como a Confederação dos Cariris e a Confederação dos Tamoios.
Analisar as estratégias indígenas diante da dominação europeia (guerras, fugas, alianças, preservação cultural).
Refletir sobre a importância da resistência indígena na formação da história do Brasil.
Para tanto, nos serviremos da seguinte estrutura de aula:
Apresentar a questão-problema:
“Como os povos indígenas resistiram à conquista e à dominação portuguesa no Brasil?”
Síntese esperada
Os alunos devem compreender que os povos indígenas resistiram de múltiplas formas — militares, culturais, sociais e até espirituais. A resposta ideal à questão-problema seria algo como:
“Os povos indígenas resistiram à conquista e dominação portuguesa lutando em guerras, fugindo dos cativeiros, defendendo suas aldeias, formando confederações (como a dos Cariris e a dos Tamoios), aliando-se a estrangeiros e preservando sua cultura e religiosidade. Mesmo com derrotas, a resistência foi constante e mostrou que eles nunca aceitaram a dominação sem luta.”
1. Reconhecimento da diversidade das formas de
resistência
Os indígenas não aceitaram passivamente a dominação portuguesa.
Resistiram de maneiras diferentes: guerras, fugas, ataques, alianças estratégicas e preservação cultural.
2. Exemplos concretos de resistência (segundo o
texto)
a) No início da colonização:
Resistência armada contra engenhos, aldeamentos e vilas.
Fugas dos cativeiros e dos aldeamentos missionários.
Suicídio de prisioneiros como forma de negar submissão.
b)Confederação dos Cariris (1683–1713):
Luta contra a invasão de terras pelos sesmeiros.
Envolveu vários povos indígenas (Cariris, Anacés, Jaguaribaras, Canindés, Tremembés, entre outros).
Atacaram vilas e fazendas no Nordeste.
c) Confederação dos Tamoios (1555–1565):
Aliança dos Tamoios com os franceses.
Resistência organizada por cerca de dez anos contra os portugueses na região do Rio de Janeiro e Ubatuba.
3. Limitações da resistência
Divisão entre os povos indígenas devido a rivalidades tribais.
Superioridade militar dos europeus (armas de fogo, estratégias).
Muitas vezes, alguns grupos indígenas se aliaram aos portugueses contra outros povos, enfraquecendo a resistência.
4. Heranças e importância histórica
Apesar da violência da conquista, os povos indígenas deixaram marcas culturais, religiosas e linguísticas.
Demonstraram que eram sujeitos ativos, lutando pela defesa de sua terra, cultura e modo de vida.
A resistência mostra que os indígenas eram protagonistas da própria história, não apenas vítimas.
Dividir a turma em grupos e entregar trechos do
texto que falam de casos específicos:
Grupo 1: Resistência inicial (escambo, guerras, fugas, ataques a vilas).
Grupo 2: Confederação dos Cariris (1683–1713).
Grupo 3: Confederação dos Tamoios (1555–1565).
Grupo 4: Outras formas de resistência (alianças, preservação cultural, religiosidade).
Os alunos devem concluir que a resistência indígena
foi ampla, variada e constante: desde guerras abertas até estratégias culturais
e alianças políticas. Mesmo diante da violência e da derrota militar, os povos
indígenas nunca deixaram de lutar pela sobrevivência e pela preservação de sua
identidade.
Grupo 1 – Resistência inicial (escambo, guerras,
fugas, ataques a vilas)
Perceber que, no início, houve contato cordial pelo escambo (troca de produtos).
Identificar a mudança com a tentativa de escravização dos indígenas → surgem conflitos.
Reconhecer formas de resistência:
i. Guerras contra os portugueses.
ii. Fugas de aldeamentos e cativeiros.
iii. Ataques a vilas e fazendas.
iv. Até o suicídio de prisioneiros como forma extrema de resistência.
Grupo 2 – Confederação dos Cariris (1683–1713)
Entender que foi uma das maiores revoltas indígenas do período colonial.
Reconhecer causas: invasão das terras indígenas por sesmeiros.
Destacar que o movimento começou no Rio Grande do Norte (Açu) com ataques a vilas e fazendas.
Ver que a resistência se espalhou para várias regiões (Ceará, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte).
Participação de diversos povos: Cariris, Anacés, Jaguaribaras, Canindés, Jenipapos, Tremembés, Baiacus.
Compreender que a repressão foi violenta e culminou em extermínio em 1713.
Grupo 3 – Confederação dos Tamoios (1555–1565)
Saber que envolveu os Tamoios ou Tupinambás, da família Tupi.
Reconhecer que se aliaram aos franceses para resistir aos portugueses.
Destacar que durou cerca de 10 anos, ameaçando o povoamento no Rio de Janeiro e Ubatuba.
Compreender que foi um exemplo de união indígena em confederação, tornando difícil para os portugueses dominarem.
Observar que, apesar disso, a superioridade militar europeia e divisões internas levaram à derrota indígena.
Grupo 4 – Outras formas de resistência (alianças,
preservação cultural, religiosidade)
Identificar que muitos indígenas fizeram alianças estratégicas com os europeus para enfrentar outros povos indígenas.
Reconhecer que havia resistência também na preservação de sua religiosidade e crenças míticas, apesar da imposição da fé cristã.
Citar exemplos de costumes combatidos pelos portugueses: poligamia, antropofagia, bebidas, andar sem roupas.
Entender que a manutenção da cultura e da língua eram também formas de resistência.
Perceber que a resistência não foi só militar, mas também cultural e espiritual.
Orientar cada grupo a responder em cartaz ou
esquema:
Quais foram as causas do conflito?
Quais estratégias de resistência foram usadas?
Quais foram os resultados ou consequências?
Grupo 1 – Resistência inicial (escambo, guerras,
fugas, ataques a vilas)
a) Causas do conflito:
Tentativa dos portugueses de escravizar os indígenas.
Perda da caça, da pesca e da autonomia após a instalação dos engenhos.
b) Estratégias de resistência:
Guerras contra colonos e bandeirantes.
Fugas de aldeamentos e cativeiros.
Ataques a vilas e fazendas.
Suicídio de prisioneiros para não viver em cativeiro.
c) Resultados/Consequências:
Muitos indígenas mortos em combates.
Intensificação da violência colonial.
Resistência constante, mas pouco eficaz frente ao poder europeu.
Grupo 2 – Confederação dos Cariris (1683–1713)
a) Causas do conflito:
Invasão das terras pelos sesmeiros.
Conflitos por terras e recursos.
b) Estratégias de resistência:
Ataques a vilas e fazendas.
União de várias tribos (Cariris, Anacés, Jaguaribaras, Canindés, Jenipapos, Tremembés, Baiacus).
Guerra prolongada contra tropas coloniais e bandeirantes.
c) Resultados/Consequências:
Movimento espalhou-se pelo Nordeste.
Repressão violenta pelas forças coloniais.
Extermínio dos Cariris em 1713, conhecido como "Guerra dos Bárbaros".
Grupo 3 – Confederação dos Tamoios (1555–1565)
a) Causas do conflito:
Perda de território para colonos portugueses.
Ameaça à sobrevivência cultural e política dos Tupinambás.
b) Estratégias de resistência:
Formação de confederação (união de povos).
Aliança com os franceses contra os portugueses.
Guerras prolongadas por dez anos.
c) Resultados/Consequências:
Forte ameaça ao povoamento português no Rio de Janeiro e Ubatuba.
Derrota diante da superioridade militar europeia.
Enfraquecimento pela dificuldade de união entre os povos.
Grupo 4 – Outras formas de resistência (alianças,
preservação cultural, religiosidade)
a) Causas do conflito:
Imposição da fé cristã e combate às práticas culturais indígenas.
Tentativa de destruição da religiosidade, costumes e modos de vida.
b) Estratégias de resistência:
Alianças com diferentes grupos europeus em guerras coloniais.
Manutenção da religiosidade indígena e crenças míticas.
Prática cultural e social mesmo diante da repressão (ex.: poligamia, rituais).
c) Resultados/Consequências:
Resistência cultural persistente apesar da dominação.
Conservação de elementos da identidade indígena até os dias atuais.
Contribuição para a diversidade cultural brasileira.
Promover o debate guiado: cada grupo apresenta suas
conclusões.
O professor organiza no quadro um mapa de síntese
mostrando a diversidade de formas de resistência.
Fechar a aula com reflexão coletiva: destacar que
os indígenas não foram passivos, mas sim protagonistas de lutas pela
sobrevivência e manutenção de sua identidade.
Material didático:
Texto: Seduc GO, NetEscola 7º ano, Terceiro Bimestre.
🔖ATIVIDADE AVALIATIVA🎒
Atividade escrita individual:
Explique duas formas de resistência usadas pelos povos indígenas contra os portugueses.
O que foi a Confederação dos Cariris?
O que foi a Confederação dos Tamoios e por que ela representou uma ameaça aos portugueses?
🔖ATIVIDADE AVALIATIVA FLEXIBILIZADA🎒
1. Alunos com déficit intelectual que sabem ler
Atividade com lacunas e associações:
a)Os indígenas
resistiram fugindo dos ______ (aldeamentos / engenhos).
b)Os indígenas
resistiram atacando ______ (vilas / portos).
c) A Confederação dos ______ (Cariris / Franceses) aconteceu entre 1683 e
1713.
d)A
Confederação dos ______ (Tamoios / Incas) se uniu aos franceses.
e)Os Tamoios se
aliaram aos ______ (franceses / espanhóis) contra os portugueses.
f)
A Confederação dos Cariris ocorreu
principalmente na região do ______ (Ceará / Rio Grande do Sul).
g)O movimento
dos Cariris terminou em ______ (1713 / 1555).
h)A
Confederação dos Tamoios durou cerca de ______ (10 anos / 50 anos).
i)
A superioridade ______ (militar / cultural)
dos europeus foi um fator que dificultou a resistência indígena.
j)
As rivalidades ______ (tribais / europeias)
atrapalharam a união dos indígenas contra os portugueses.
k) Quando unidos em confederações, os indígenas tornavam a conquista
europeia muito mais ______ (difícil / rápida).
l)
Alguns indígenas colaboravam com os ______
(europeus / africanos) na luta contra outras tribos.
m)
Os nativos resistiram também preservando sua
______ (cultura / riqueza).
n)Para os
portugueses, os indígenas não tinham ______ (religião / território).
o)O escambo era
a troca de produtos indígenas por ______ (espelhos e machados / navios e
canhões).
p)O grupo
indígena encontrado por Cabral na Bahia era do tronco ______ (tupi / quíchua).
q)Os indígenas
trabalharam na extração do ______ (pau-brasil / ouro) em troca de objetos.
r) A Confederação dos Cariris foi chamada nos livros de História
tradicionais de “Guerra dos ______ (Bárbaros / Tupis)”.
s) Os Goitacás destruíram engenhos de ______ (açúcar / café) construídos em
seu território.
t)
A resistência indígena podia chegar ao extremo
do ______ (suicídio / exílio) quando presos.
📌 Gabarito resumido:
a)aldeamentos
b)vilas
c) Cariris
d)Tamoios
e)franceses
f)
Ceará
g)1713
h)10 anos
i)
militar
j)
tribais
k) difícil
l)
europeus
m)
cultura
n)religião
o)espelhos e
machados
p)tupi
q)pau-brasil
r) Bárbaros
s) açúcar
t)
suicídio
2. 🧠 Aluno com Síndrome de Down (não sabe ler nem
escrever)
Atividade com imagens e
associação:
Mostrar três imagens: (1) aldeia indígena, (2) cena de guerra entre indígenas e portugueses, (3) encontro entre indígenas e franceses.
Pedir que o aluno associe
a imagem à ideia de resistência indígena, apontando ou colando figuras.
3. 🧑🦽 Aluno com paralisia
cerebral (não lê, não escreve, nem se comunica efetivamente)
Atividade oral
simplificada com apoio de sim/não e imagens:
O professor faz perguntas diretas:
a)Os indígenas aceitaram a dominação sem lutar? (sim/não) → Não
b)Os indígenas
resistiram apenas com guerras? (sim/não) → Não
c) Os indígenas também resistiram fugindo dos aldeamentos? (sim/não) → Sim
d)Os indígenas
atacaram vilas e fazendas portuguesas? (sim/não) → Sim
e)A
Confederação dos Cariris aconteceu entre 1683 e 1713? (sim/não) → Sim
f)
Os Cariris lutaram contra os franceses?
(sim/não) → Não
g)Os Tamoios se
uniram com os franceses contra os portugueses? (sim/não) → Sim
h)A
Confederação dos Tamoios durou dez anos? (sim/não) → Sim
i)
Os portugueses consideravam que os indígenas
tinham religiosidade? (sim/não) → Não
j)
A resistência indígena também ocorreu pela
preservação cultural e crenças? (sim/não) → Sim
k) A dificuldade de união entre diferentes tribos indígenas enfraqueceu a
resistência? (sim/não) → Sim
l)
Os bandeirantes ajudaram a reprimir a
Confederação dos Cariris? (sim/não) → Sim
m)
Os indígenas usaram o suicídio como forma de
resistência? (sim/não) → Sim
n)Os
portugueses chamaram a Confederação dos Cariris de “Guerra dos Bárbaros”?
(sim/não) → Sim
o)Os Goitacás
destruíram engenhos de açúcar em seu território? (sim/não) → Sim
p)Os indígenas
sempre se uniram contra os europeus sem divisões internas? (sim/não) → Não
q)A resistência
indígena terminou sem deixar nenhuma herança cultural? (sim/não) → Não
4. 🌿 Aluno indígena xavante (idioma Akwẽ/Acuen)
Atividade oral em sua
língua materna:
Permitir que o aluno explique, com auxílio de intérprete ou bilíngue, em aquém/akwen, as diferenças entre os exemplos de resistência (Cariris, Tamoios e outras).
Utilizar imagens de apoio (mapas, aldeias, cenas de guerra, bandeirantes) para facilitar a explicação.
MATERIAL:
RESISTÊNCIA INDÍGENA
1. Na época dos descobrimentos havia cerca de 5 milhões de indígenas espalhados pelo país. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram uma população indígena que habitava o litoral. Os índios que Cabral encontrou na Bahia pertenciam ao grupo linguístico tupi. Num primeiro momento, os contatos entre índios e brancos foram razoavelmente cordiais e marcados pelo escambo, ou seja, a troca de produtos. O trabalho de derrubar o pau-brasil e preparar a madeira para embarque eram feitos pelos indígenas, em troca de roupas, colares, espelhos, facas, serras e machados. Quando o português implantou um sistema colonial e pretendeu transformar o índio em escravo agrícola, segregou-os nos engenhos e privou-os da caça, da pesca e da luta contra os inimigos. Assim, instalou-se uma guerra entre brancos e índios.
2. A ideia de que os indígenas do Brasil no período colonial desapareceram e/ou perderam sua identidade, baseada na História tradicional, é debatida e combatida na historiografia recente. Os nativos não podem ser reduzidos a meras vítimas da conquista, isso exclui a ideia de que os próprios tomavam a iniciativa para resistir em uma luta pela sobrevivência. Eles jamais aceitaram, sem resistência, a dominação do europeu. Os índios não agiam tão somente em defesa própria, eles repetidamente iniciavam ataques em territórios recentemente ocupados e, em alguns casos, até em territórios já considerados firmemente controlados pelo poder colonial. A resistência indígena se dava pelas fugas dos aldeamentos missionários e de outros tipos de cativeiro, pela defesa das aldeias contra os Bandeirantes, por ataques a vilas e fazendas, pela colaboração com o europeu, bem como pelo suicídio quando presos. A resistência intensificava-se, sobretudo, a partir da penetração do conquistador no interior do país pela busca de metais preciosos ou na expansão das fazendas, onde estes faziam, na maioria das vezes, o uso da violência.
3. O domínio religioso imposto pelos portugueses tornava os nativos “submissos” ou aparentemente dóceis à dominação. Na visão dos primeiros portugueses, os índios não possuíam nenhuma religiosidade. No entanto, religiosidade e crenças míticas faziam parte da vida indígena, e uma das principais tarefas dos portugueses seria a de trazer estes índios para a verdadeira fé cristã, e que costumes como a poligamia, a antropofagia, o andar sem roupas, as bebidas etc., fossem extintos. A Confederação dos Cariris foi um movimento de resistência da nação Cariri (ou Kiriri) à dominação portuguesa, ocorrido entre 1683 e 1713, que envolveu nativos principalmente do Ceará e algumas tribos de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. Ela iniciou-se em resposta ao avanço de sesmeiros que invadiram as terras ocupadas pelos indígenas e provocaram vários conflitos. A revolta começou na região norte-rio-grandense do Açu, com ataques contra vilas e fazendas resultando em mortes e destruição. A pedido do governo-geral do Brasil, bandeirantes de São Paulo e de São Vicente foram requisitados para acabar com o motim. A presença dos bandeirantes não acabou com a revolta, ao contrário, disseminou-a para outras regiões e provocou a entrada de outras nações: os Anacés, Jaguaribaras, Acriús, Canindés, Jenipapos, Tremembés e dos Baiacus.
4. Após anos de luta, entrou em ação o regimento de ordenanças do coronel João de Barros Braga, que fora avassalador. Composta de homens conhecedores do terreno e do modo de guerrear indígena fora promovida uma expedição guerreira em 1713 que subiu pelo vale do Jaguaribe ao do Cariri, até os confins piauienses, exterminando todos os indígenas pelo caminho não importando sexo ou idade. Assim terminou a Confederação dos Cariris, apontada nos livros de História tradicionais como a "Guerra dos Bárbaros". Os índios Goitacás por duas vezes destruíram a povoação e os engenhos de açúcar construídos em seu território. Os Tamoio ou Tupinambá, da família Tupi, grandes guerreiros que ocupavam a região do Rio de Janeiro até Ubatuba, formaram a Confederação dos Tamoios que aliada aos franceses durante dez anos (1555-1565) ameaçaram o povoamento português das capitanias do sul. A superioridade militar dos europeus e a dificuldade dos indígenas de se unirem contra o inimigo comum, foram fatores que prejudicaram esse tipo de resistência. Os indígenas, divididos por rivalidades tribais, auxiliavam os europeus na luta contra outros indígenas. Mas nas poucas ocasiões em que conseguiram se unir, na forma de confederações, foi penoso para os europeus dominá-los.
Nossa aula foi:
7ºA,
7ºB,
O mundo moderno e a conexão entre sociedades africanas, americanas e europeias.
(EF07HI09) Analisar os diferentes impactos da conquista europeia da América para as populações ameríndias e identificar as formas de resistência.
Matriz de Habilidades Essenciais
Reconhecer os impactos da conquista e da colonização do território americano, com ênfase nas consequências para as populações nativas.
A conquista da América e as formas de organização política dos indígenas e europeus: conflitos, dominação e conciliação:
Resistências indígenas no passado e no presente
Os objetivos da aula são:
Compreender que os povos indígenas resistiram de diversas formas à colonização portuguesa.
Identificar exemplos de movimentos de resistência indígena, como a Confederação dos Cariris e a Confederação dos Tamoios.
Analisar as estratégias indígenas diante da dominação europeia (guerras, fugas, alianças, preservação cultural).
Refletir sobre a importância da resistência indígena na formação da história do Brasil.
Para tanto, nos serviremos da seguinte estrutura de aula:
Apresentar a questão-problema:
“Como os povos indígenas resistiram à conquista e à dominação portuguesa no Brasil?”
Síntese esperada
Os alunos devem compreender que os povos indígenas resistiram de múltiplas formas — militares, culturais, sociais e até espirituais. A resposta ideal à questão-problema seria algo como:
“Os povos indígenas resistiram à conquista e dominação portuguesa lutando em guerras, fugindo dos cativeiros, defendendo suas aldeias, formando confederações (como a dos Cariris e a dos Tamoios), aliando-se a estrangeiros e preservando sua cultura e religiosidade. Mesmo com derrotas, a resistência foi constante e mostrou que eles nunca aceitaram a dominação sem luta.”
Os indígenas não aceitaram passivamente a dominação portuguesa.
Resistiram de maneiras diferentes: guerras, fugas, ataques, alianças estratégicas e preservação cultural.
a) No início da colonização:
Resistência armada contra engenhos, aldeamentos e vilas.
Fugas dos cativeiros e dos aldeamentos missionários.
Suicídio de prisioneiros como forma de negar submissão.
Luta contra a invasão de terras pelos sesmeiros.
Envolveu vários povos indígenas (Cariris, Anacés, Jaguaribaras, Canindés, Tremembés, entre outros).
Atacaram vilas e fazendas no Nordeste.
Aliança dos Tamoios com os franceses.
Resistência organizada por cerca de dez anos contra os portugueses na região do Rio de Janeiro e Ubatuba.
Divisão entre os povos indígenas devido a rivalidades tribais.
Superioridade militar dos europeus (armas de fogo, estratégias).
Muitas vezes, alguns grupos indígenas se aliaram aos portugueses contra outros povos, enfraquecendo a resistência.
Apesar da violência da conquista, os povos indígenas deixaram marcas culturais, religiosas e linguísticas.
Demonstraram que eram sujeitos ativos, lutando pela defesa de sua terra, cultura e modo de vida.
A resistência mostra que os indígenas eram protagonistas da própria história, não apenas vítimas.
Grupo 1: Resistência inicial (escambo, guerras, fugas, ataques a vilas).
Grupo 2: Confederação dos Cariris (1683–1713).
Grupo 3: Confederação dos Tamoios (1555–1565).
Grupo 4: Outras formas de resistência (alianças, preservação cultural, religiosidade).
Perceber que, no início, houve contato cordial pelo escambo (troca de produtos).
Identificar a mudança com a tentativa de escravização dos indígenas → surgem conflitos.
Reconhecer formas de resistência:
i. Guerras contra os portugueses.
ii. Fugas de aldeamentos e cativeiros.
iii. Ataques a vilas e fazendas.
iv. Até o suicídio de prisioneiros como forma extrema de resistência.
Entender que foi uma das maiores revoltas indígenas do período colonial.
Reconhecer causas: invasão das terras indígenas por sesmeiros.
Destacar que o movimento começou no Rio Grande do Norte (Açu) com ataques a vilas e fazendas.
Ver que a resistência se espalhou para várias regiões (Ceará, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte).
Participação de diversos povos: Cariris, Anacés, Jaguaribaras, Canindés, Jenipapos, Tremembés, Baiacus.
Compreender que a repressão foi violenta e culminou em extermínio em 1713.
Saber que envolveu os Tamoios ou Tupinambás, da família Tupi.
Reconhecer que se aliaram aos franceses para resistir aos portugueses.
Destacar que durou cerca de 10 anos, ameaçando o povoamento no Rio de Janeiro e Ubatuba.
Compreender que foi um exemplo de união indígena em confederação, tornando difícil para os portugueses dominarem.
Observar que, apesar disso, a superioridade militar europeia e divisões internas levaram à derrota indígena.
Identificar que muitos indígenas fizeram alianças estratégicas com os europeus para enfrentar outros povos indígenas.
Reconhecer que havia resistência também na preservação de sua religiosidade e crenças míticas, apesar da imposição da fé cristã.
Citar exemplos de costumes combatidos pelos portugueses: poligamia, antropofagia, bebidas, andar sem roupas.
Entender que a manutenção da cultura e da língua eram também formas de resistência.
Perceber que a resistência não foi só militar, mas também cultural e espiritual.
Quais foram as causas do conflito?
Quais estratégias de resistência foram usadas?
Quais foram os resultados ou consequências?
a) Causas do conflito:
Tentativa dos portugueses de escravizar os indígenas.
Perda da caça, da pesca e da autonomia após a instalação dos engenhos.
Guerras contra colonos e bandeirantes.
Fugas de aldeamentos e cativeiros.
Ataques a vilas e fazendas.
Suicídio de prisioneiros para não viver em cativeiro.
Muitos indígenas mortos em combates.
Intensificação da violência colonial.
Resistência constante, mas pouco eficaz frente ao poder europeu.
a) Causas do conflito:
Invasão das terras pelos sesmeiros.
Conflitos por terras e recursos.
Ataques a vilas e fazendas.
União de várias tribos (Cariris, Anacés, Jaguaribaras, Canindés, Jenipapos, Tremembés, Baiacus).
Guerra prolongada contra tropas coloniais e bandeirantes.
Movimento espalhou-se pelo Nordeste.
Repressão violenta pelas forças coloniais.
Extermínio dos Cariris em 1713, conhecido como "Guerra dos Bárbaros".
a) Causas do conflito:
Perda de território para colonos portugueses.
Ameaça à sobrevivência cultural e política dos Tupinambás.
Formação de confederação (união de povos).
Aliança com os franceses contra os portugueses.
Guerras prolongadas por dez anos.
Forte ameaça ao povoamento português no Rio de Janeiro e Ubatuba.
Derrota diante da superioridade militar europeia.
Enfraquecimento pela dificuldade de união entre os povos.
a) Causas do conflito:
Imposição da fé cristã e combate às práticas culturais indígenas.
Tentativa de destruição da religiosidade, costumes e modos de vida.
Alianças com diferentes grupos europeus em guerras coloniais.
Manutenção da religiosidade indígena e crenças míticas.
Prática cultural e social mesmo diante da repressão (ex.: poligamia, rituais).
Resistência cultural persistente apesar da dominação.
Conservação de elementos da identidade indígena até os dias atuais.
Contribuição para a diversidade cultural brasileira.
Texto: Seduc GO, NetEscola 7º ano, Terceiro Bimestre.
Atividade escrita individual:
Explique duas formas de resistência usadas pelos povos indígenas contra os portugueses.
O que foi a Confederação dos Cariris?
O que foi a Confederação dos Tamoios e por que ela representou uma ameaça aos portugueses?
1. Alunos com déficit intelectual que sabem ler
Atividade com lacunas e associações:
Mostrar três imagens: (1) aldeia indígena, (2) cena de guerra entre indígenas e portugueses, (3) encontro entre indígenas e franceses.
O professor faz perguntas diretas:
a)Os indígenas aceitaram a dominação sem lutar? (sim/não) → Não
Permitir que o aluno explique, com auxílio de intérprete ou bilíngue, em aquém/akwen, as diferenças entre os exemplos de resistência (Cariris, Tamoios e outras).
Utilizar imagens de apoio (mapas, aldeias, cenas de guerra, bandeirantes) para facilitar a explicação.
RESISTÊNCIA INDÍGENA
1. Na época dos descobrimentos havia cerca de 5 milhões de indígenas espalhados pelo país. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram uma população indígena que habitava o litoral. Os índios que Cabral encontrou na Bahia pertenciam ao grupo linguístico tupi. Num primeiro momento, os contatos entre índios e brancos foram razoavelmente cordiais e marcados pelo escambo, ou seja, a troca de produtos. O trabalho de derrubar o pau-brasil e preparar a madeira para embarque eram feitos pelos indígenas, em troca de roupas, colares, espelhos, facas, serras e machados. Quando o português implantou um sistema colonial e pretendeu transformar o índio em escravo agrícola, segregou-os nos engenhos e privou-os da caça, da pesca e da luta contra os inimigos. Assim, instalou-se uma guerra entre brancos e índios.
2. A ideia de que os indígenas do Brasil no período colonial desapareceram e/ou perderam sua identidade, baseada na História tradicional, é debatida e combatida na historiografia recente. Os nativos não podem ser reduzidos a meras vítimas da conquista, isso exclui a ideia de que os próprios tomavam a iniciativa para resistir em uma luta pela sobrevivência. Eles jamais aceitaram, sem resistência, a dominação do europeu. Os índios não agiam tão somente em defesa própria, eles repetidamente iniciavam ataques em territórios recentemente ocupados e, em alguns casos, até em territórios já considerados firmemente controlados pelo poder colonial. A resistência indígena se dava pelas fugas dos aldeamentos missionários e de outros tipos de cativeiro, pela defesa das aldeias contra os Bandeirantes, por ataques a vilas e fazendas, pela colaboração com o europeu, bem como pelo suicídio quando presos. A resistência intensificava-se, sobretudo, a partir da penetração do conquistador no interior do país pela busca de metais preciosos ou na expansão das fazendas, onde estes faziam, na maioria das vezes, o uso da violência.
3. O domínio religioso imposto pelos portugueses tornava os nativos “submissos” ou aparentemente dóceis à dominação. Na visão dos primeiros portugueses, os índios não possuíam nenhuma religiosidade. No entanto, religiosidade e crenças míticas faziam parte da vida indígena, e uma das principais tarefas dos portugueses seria a de trazer estes índios para a verdadeira fé cristã, e que costumes como a poligamia, a antropofagia, o andar sem roupas, as bebidas etc., fossem extintos. A Confederação dos Cariris foi um movimento de resistência da nação Cariri (ou Kiriri) à dominação portuguesa, ocorrido entre 1683 e 1713, que envolveu nativos principalmente do Ceará e algumas tribos de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. Ela iniciou-se em resposta ao avanço de sesmeiros que invadiram as terras ocupadas pelos indígenas e provocaram vários conflitos. A revolta começou na região norte-rio-grandense do Açu, com ataques contra vilas e fazendas resultando em mortes e destruição. A pedido do governo-geral do Brasil, bandeirantes de São Paulo e de São Vicente foram requisitados para acabar com o motim. A presença dos bandeirantes não acabou com a revolta, ao contrário, disseminou-a para outras regiões e provocou a entrada de outras nações: os Anacés, Jaguaribaras, Acriús, Canindés, Jenipapos, Tremembés e dos Baiacus.
4. Após anos de luta, entrou em ação o regimento de ordenanças do coronel João de Barros Braga, que fora avassalador. Composta de homens conhecedores do terreno e do modo de guerrear indígena fora promovida uma expedição guerreira em 1713 que subiu pelo vale do Jaguaribe ao do Cariri, até os confins piauienses, exterminando todos os indígenas pelo caminho não importando sexo ou idade. Assim terminou a Confederação dos Cariris, apontada nos livros de História tradicionais como a "Guerra dos Bárbaros". Os índios Goitacás por duas vezes destruíram a povoação e os engenhos de açúcar construídos em seu território. Os Tamoio ou Tupinambá, da família Tupi, grandes guerreiros que ocupavam a região do Rio de Janeiro até Ubatuba, formaram a Confederação dos Tamoios que aliada aos franceses durante dez anos (1555-1565) ameaçaram o povoamento português das capitanias do sul. A superioridade militar dos europeus e a dificuldade dos indígenas de se unirem contra o inimigo comum, foram fatores que prejudicaram esse tipo de resistência. Os indígenas, divididos por rivalidades tribais, auxiliavam os europeus na luta contra outros indígenas. Mas nas poucas ocasiões em que conseguiram se unir, na forma de confederações, foi penoso para os europeus dominá-los.
Nenhum comentário:
Postar um comentário