Aula 101 Mapa tradicional das capitanias hereditárias

TEMA: Mapa tradicional das capitanias hereditárias
Nossa aula foi:
7ºA, sexta-feira, 19 de setembro de 2025.
7ºB, terça-feira, 16 de setembro de 2025.EIXO TEMÁTICO
O mundo moderno e a conexão entre sociedades africanas, americanas e europeias.
 
HABILIDADES
(EF07HI11) Analisar a formação histórico-geográfica do território da América portuguesa por meio de mapas históricos.
Matriz de Habilidades Essenciais
Compreender os acontecimentos que marcaram os primeiros anos da colonização portuguesa na América.
 
OBJETIVOS DE CONHECIMENTOS
A estruturação dos vice-reinos nas Américas:
 
CONTEÚDO
Análise de documentos históricos das sociedades americanas no período colonial
 
METODOLOGIA:
Os objetivos da aula são:
Explicar por que a exploração do Brasil ficou em segundo plano nas primeiras décadas do século XVI e descrever o sistema de feitorias para o pau‑brasil e defesa territorial.
Identificar as razões da criação das capitanias (declínio das especiarias; invasões francesas; busca de metais; incentivo ao povoamento) e indicar suas datas e finalidades.
Descrever quem eram os capitães‑donatários, suas ligações com a Coroa e suas atribuições (povoar, distribuir sesmarias, administrar justiça, erguer fortificações).
Analisar fatores do fracasso geral das capitanias e as razões do relativo sucesso de Pernambuco e São Vicente; relacionar ao Governo‑Geral em 1548.
Para tanto, nos serviremos da seguinte estrutura de aula:
Apresentar objetivos no quadro e ativar conhecimentos prévios com três cartões‑gatilho: “Feitorias”, “Capitanias”, “Governo‑Geral (1548)”.
Dividir a turma em grupos‑base de quatro e, depois, em grupos de especialistas por tema, cada um com trecho do texto:
Feitorias e pau‑brasil (entrepostos; cooptação de trabalho indígena; função defensiva).
 
Razões para capitanias (declínio das especiarias; invasões francesas; busca de metais; povoamento).
 
Capitães‑donatários e sesmarias (perfil social; carta de doação; poder administrativo/jurídico; distribuição de sesmarias; fortificações).
 
Dificuldades, fracasso e exceções; Governo‑Geral 1548 (comunicação, recursos, conflitos com indígenas; açúcar; conciliação; centralização).
 
Feitorias e pau‑brasil
Entrepostos: identificar “sistema de feitorias… entrepostos comerciais onde os portugueses concentravam as mercadorias de determinada região”.
 
Pau‑brasil: registrar que “a mercadoria de importância… era o pau‑brasil, obtido pelo cooptação do trabalho dos indígenas”.
 
Função defensiva: anotar que as feitorias “concentravam construções fortificadas, que garantiam a defesa dos territórios portugueses de invasores”.
 
Razões para capitanias
Declínio das especiarias: apontar que “o comércio de especiarias na Índia estava em declínio” e que a prioridade antes era “especiarias… mercadorias de luxo… bastante lucrativas” (explicando o “segundo plano” do Brasil).
 
Invasões francesas: destacar “territórios portugueses eram constantemente invadidos pelos franceses… ameaça de perder os territórios”.
 
Busca de metais e povoamento: registrar que as capitanias visavam “fazer uma exploração do território… localizar os metais preciosos” e “incentivar o povoamento do Brasil”.
 
Capitães‑donatários e sesmarias
Perfil social e vínculo: anotar que os capitães‑donatários “eram formados por membros da pequena nobreza, da burocracia portuguesa e comerciantes… possuíam… ligação com a Coroa”.
 
Carta de doação e propriedade: registrar “receberam a terra a partir da Carta de doação… a terra ainda pertencia ao rei de Portugal”.
 
Poder administrativo/jurídico e funções: listar “concentravam todo o poder administrativo e jurídico… desenvolver economicamente… atrair moradores, distribuir as terras (sesmarias), aplicar a lei, desenvolver fortificações”.
 
Dificuldades, fracasso e exceções; Governo‑Geral 1548
Dificuldades/fracasso: identificar “em tese, não… dificuldades administrativas… necessária a ajuda de Portugal… viagem longa e demorada… falta de recursos… inexperiência administrativa… conflitos com os indígenas”.
 
Exceções: anotar que “somente duas prosperaram rapidamente: São Vicente e Pernambuco… produção do açúcar… postura mais conciliadora com os indígenas”.
 
Centralização em 1548: registrar “Governo‑geral… começou a funcionar a partir de 1548” como resposta de centralização.
 
Pedir que especialistas sublinhar palavras‑chave e coletem duas citações curtas; retornar aos grupos‑base para ensinar o conteúdo aos colegas; construir um quadro‑síntese comum com três colunas: “o que é/por que/como” para cada tema.
 
Atividades estruturadas
Linha do tempo comentada: 1500–1535 (feitorias/pau‑brasil/defesa) → 1530s–1535 (capitanias: razões e objetivos) → 1548 (Governo‑Geral); incluir 1 citação curta por marco.
 
Quadro comparativo “Fracasso x Êxito”: listar três dificuldades (recursos, comunicação, conflitos) e duas razões do êxito de Pernambuco/São Vicente (açúcar; postura menos hostil/conciliadora), cada item com citação.
 
Mapa de funções do donatário: “povoar; distribuir sesmarias; aplicar a lei; fortificar; atrair moradores”, com uma frase do texto como evidência.
 
Material didático:
Texto: Seduc GO, NetEscola 7º ano, Terceiro Bimestre.
 
🔖ATIVIDADE AVALIATIVA🎒
Diagnóstica: responder rapidamente “Para que serviam as feitorias?” com uma palavra do texto (entreposto/defesa/pau‑brasil).
 
Formativa: verificar, nos grupos‑base, se cada aluno trouxe 2 citações e explicou seu tema com precisão; circular, corrigir e anotar evidências.
 
Somativa (ticket de saída):
 
Explicar por que Portugal criou capitanias, citando uma razão do texto (ex.: invasões francesas).
 
Nomear duas atribuições do donatário, com citação (ex.: “distribuir sesmarias”; “aplicar a lei”).
 
Dizer por que “em tese” as capitanias não deram certo e apontar o desfecho em 1548 (Governo‑Geral), com citação.
 
Por que Portugal criou capitanias
Criar capitanias para enfrentar o “declínio” do comércio de especiarias, responder às “invasões francesas” e “incentivar o povoamento” e a busca de metais no Brasil.
 
Citação possível: “o comércio de especiarias na Índia estava em declínio… os territórios portugueses eram constantemente invadidos pelos franceses… criar o sistema de capitanias e… incentivar o povoamento do Brasil… localizar os metais preciosos”.
 
Duas atribuições do donatário
Atribuições: “distribuir as terras (chamadas de sesmarias)” e “aplicar a lei” na capitania, além de “desenvolver fortificações” e “desenvolver economicamente sua capitania”.
 
Citação possível: “concentravam todo o poder administrativo e jurídico… desenvolver economicamente… distribuir as terras (chamadas de sesmarias)… aplicar a lei… desenvolver fortificações”.
 
Por que “em tese” não deu certo e desfecho em 1548
Motivo do insucesso: “dificuldades administrativas… necessária a ajuda de Portugal… viagem… longa e demorada… falta de recursos, a inexperiência administrativa e os conflitos com os indígenas”.
 
Desfecho: “Governo‑geral… começou a funcionar a partir de 1548” como centralização após o fracasso geral, com exceções de São Vicente e Pernambuco.
 
Citação possível: “Em tese, não. As dificuldades administrativas prejudicaram… falta de recursos… inexperiência administrativa e os conflitos com os indígenas… Governo‑geral… a partir de 1548”.

Feitorias e pau-brasil

Nas primeiras décadas do século XVI, por que o Brasil ficou em “segundo plano”?

Falta de rotas marítimas

Prioridade ao comércio de especiarias na Índia, altamente lucrativo

Guerras com a Espanha na Europa

Escassez de mão de obra indígena

[Gabarito: b]

O que eram as feitorias no litoral do Brasil entre 1500 e 1535?

Mosteiros de catequese

Entrepostos comerciais para concentrar mercadorias

Capitais administrativas das capitanias

Quartéis do governo-geral

[Gabarito: b]

Qual mercadoria tinha centralidade nesse período e como era obtida?

Ouro, por mineração organizada

Açúcar, por plantation

Pau-brasil, por cooptação do trabalho indígena

Couros, por comércio com espanhóis

[Gabarito: c]

Além do comércio, as feitorias tinham função de:

Registro civil

Defesa territorial por meio de construções fortificadas

Ensino técnico

Cobrança de dízimos

[Gabarito: b]

Razões para criar capitanias

Um motivo decisivo para a criação das capitanias foi:

Paz duradoura com a França

Abundância de ouro já confirmado

Crescimento do lucro das especiarias

Invasões francesas em territórios portugueses

[Gabarito: d]

Entre os objetivos das capitanias estava:

Apenas catequese

Encontrar metais preciosos e incentivar o povoamento

Proibir imigração europeia

Fortalecer o comércio com a Índia

[Gabarito: b]

As capitanias foram instaladas no Brasil em:

1500

1530

1535

1548

[Gabarito: c]

A finalidade imediata das capitanias incluía:

Dividir o poder com a França

Transferir a capital para o Rio de Janeiro

Povoamento e desenvolvimento econômico local

Implantar governo-geral

[Gabarito: c]

Capitães‑donatários e sesmarias

Quem eram, em geral, os capitães‑donatários?

Membros da pequena nobreza, burocracia e comerciantes ligados à Coroa

Missionários jesuítas

Corsários franceses

Mineradores espanhóis

[Gabarito: a]

Como receberam as terras e a quem pertenciam juridicamente?

Compra; aos donatários

Herança; às famílias locais

Carta de doação; ainda pertenciam ao rei de Portugal

Conquista; à Igreja

[Gabarito: c]

Uma atribuição central do donatário era:

Nomear o rei

Distribuir sesmarias, aplicar a lei e erguer fortificações

Controlar rotas da Índia

Dirigir o governo‑geral

[Gabarito: b]

Entre as funções do donatário, inclui‑se:

Impedir a vinda de moradores

Atrair moradores e desenvolver economicamente a capitania

Proibir qualquer fortificação

Extinguir as sesmarias

[Gabarito: b]

Dificuldades, fracasso, exceções e Governo‑Geral

Por que o sistema, em geral, “não deu certo”?

Falta de terras

Excesso de metais

Superpopulação luso‑brasileira

Dificuldades administrativas, viagens longas, falta de recursos, inexperiência e conflitos com indígenas

[Gabarito: d]

Quais capitanias prosperaram mais rapidamente?

Bahia e Rio de Janeiro

São Vicente e Pernambuco

Espírito Santo e Ilhéus

Maranhão e Pará

[Gabarito: b]

Uma razão do êxito dessas capitanias foi:

Plantio de algodão

Produção de açúcar e postura mais conciliadora com certos grupos indígenas

Descoberta de diamantes

Comércio de especiarias asiáticas

[Gabarito: b]

O Governo‑Geral foi criado para:

Descentralizar as capitanias

Centralizar a administração colonial diante do fracasso geral

Entregar o Brasil à França

Extinguir as fortificações

[Gabarito: b]

O Governo‑Geral começou a funcionar em:

1500

1535

1548

1570

[Gabarito: c]

Sequência temporal e compreensão integrada

Sequência correta dos marcos propostos na linha do tempo:

1535 → 1548 → 1500–1535

1548 → 1530s–1535 → 1500–1535

1500–1535 (feitorias) → 1530s–1535 (capitanias) → 1548 (Governo‑Geral)

1530s–1535 → 1500–1535 → 1548

[Gabarito: c]

O “segundo plano” do Brasil se explica porque:

A Coroa não tinha navios

O comércio de especiarias era prioritário e muito lucrativo

Não havia indígenas

Já existia governo‑geral

[Gabarito: b]

No quadro “Fracasso x Êxito”, um item do “Fracasso” e um do “Êxito” são, respectivamente:

Abundância de recursos; ouro

Comunicação fácil; metais

Falta de recursos/viagens longas; açúcar/conciliador

Paz com franceses; escravidão indígena

[Gabarito: c]

 
🔖ATIVIDADE AVALIATIVA FLEXIBILIZADA🎒
1. Alunos com déficit intelectual que sabem ler
Instrumento 1 (marcação): circular termos corretos em pares com pistas do texto: “feitoria/entreposto”; “sesmaria/distribuir terras”; “Governo‑Geral/1548”.
 
Instrumento 2 (pareamento): “razão → capitanias” (declínio das especiarias; invasões francesas) e “êxito → açúcar/conciliar indígenas” (Pernambuco/São Vicente).
 
Instrumento 3 (lacunas): “Donatário devia ______ (povoar) e ______ (fortificar).” “Capitanias criadas devido a ______ (invasões francesas).”.
 
 
2. 🧠 Aluno com Síndrome de Down (não sabe ler nem escrever)
Seleção por figuras:
 
Tarefa 1: apontar qual imagem representa “feitoria” (entreposto/forte) vs “capitania” (faixas/terra doada).
 
Tarefa 2: escolher ícones de função do donatário (casa/forte/balança da justiça) conforme instrução oral; professor registra.
 
Critérios: correspondência correta em 3 de 4 prompts; participação com mediação verbal.
 
3. 🧑‍🦽 Aluno com paralisia cerebral (não lê, não escreve, nem se comunica efetivamente)
Varredura visual 2×2 com confirmação ocular/piscar: “feitoria” vs “capitania”; “açúcar” vs “especiarias”; “1548” vs “1535”.
 
Registro docente: duas confirmações consistentes por item; pontuar acertos e responsividade.
 
4. 🌿 Aluno indígena xavante (idioma Akwẽ/Acuen)
Materiais bilíngues visuais: cartões com pictogramas e termos-chave em português; apoio de mediador com glosas Akwẽ (terra, doar, chefe, forte, lei).
 
Tarefas:
 
Parear “Coroa → doar terras (capitanias)” e “Donatário → povoar/fortificar/distribuir sesmarias” por apontamento em cartões.
 
Linha do tempo com números (1500; 1535; 1548) e ícones (pau‑brasil; faixas; sede do governo) para ordenar com adesivos.
 
Critérios: 2 pareamentos corretos e ordenação de 2 datas com apoio; aceitar respostas em Akwẽ, gestos ou apontamentos.
 
MATERIAL:
1. Nas primeiras décadas do século XVI, a prioridade dos portugueses era manter de maneira ativa o comércio de especiarias obtidas na Índia. As especiarias (em geral, condimentos, perfumes e tecidos finos) eram mercadorias de luxo na Europa, portanto, bastante lucrativas. A alta nobreza e a Coroa portuguesa davam bastante prioridade a esse comércio. Por essa razão, a exploração do Brasil foi colocada em segundo plano.
2. No período de 1500 a 1535, Portugal optou por implantar no Brasil o mesmo sistema que havia instalado em regiões do litoral africano: o sistema de feitorias. Elas eram basicamente entrepostos comerciais onde os portugueses concentravam as mercadorias de determinada região. No caso do Brasil, a mercadoria de importância nesse período era o pau-brasil, obtido pelo cooptação do trabalho dos indígenas. Além disso, as feitorias eram importantes porque concentravam construções fortificadas, que garantiam a defesa dos territórios portugueses de invasores.
3. Os portugueses instalaram as capitanias hereditárias no Brasil porque o comércio de especiarias na Índia estava em declínio e os territórios portugueses eram constantemente invadidos pelos franceses. A ameaça de perder os territórios levou os portugueses a criar o sistema de capitanias e a incentivar o povoamento do Brasil por portugueses. Além disso, a instalação das capitanias permitiria aos portugueses fazer uma exploração do território e, assim, localizar os metais preciosos que tanto buscavam.
4. A administração das capitanias hereditárias foi entregue a terceiros, os chamados capitães-donatários. Os donatários, em geral, eram formados por membros da pequena nobreza, da burocracia portuguesa e comerciantes. Porém, todos possuíam algum tipo de ligação com a Coroa, o que lhes possibilitou o benefício da nomeação.
5. Os donatários receberam a terra a partir da Carta de doação. Apesar disso, os donatários não eram donos da terra, ou seja, a terra ainda pertencia ao rei de Portugal. Uma vez possuidores da capitania, os donatários concentravam todo o poder administrativo e jurídico. Cabia a eles a função de desenvolver economicamente sua capitania, atrair moradores, distribuir as terras (chamadas de sesmarias), aplicar a lei, desenvolver fortificações para lutar contra indígenas e estrangeiros etc.
6. O sistema de capitanias hereditárias deu certo? Em tese, não. As dificuldades administrativas prejudicaram bastante o desenvolvimento das capitanias, pois, muitas vezes, era necessária a ajuda de Portugal, e a viagem era longa e demorada. Além disso, os donatários esbarraram em outras dificuldades, como a falta de recursos, a inexperiência administrativa e os conflitos com os indígenas.
7. Das quinze capitanias existentes, somente duas prosperaram rapidamente: São Vicente e Pernambuco. Ambas se basearam no desenvolvimento da produção do açúcar a partir do cultivo da cana-de-açúcar e assumiram posturas mais conciliadores com os indígenas (ou determinado grupo de indígenas). A divisão territorial e o poder dos donatários permaneceram até meados do século XVIII, mas Portugal criou um novo governo, mais centralizado. Esse governo foi chamado de Governo-geral e começou a funcionar a partir de 1548.