Aula 127 Mercantilismo

TEMA: Mercantilismo
Nossa aula foi:
7ºA, terça-feira, 4 de novembro de 2025.
7ºB, terça-feira, 4 de novembro de 2025.
 
EIXO TEMÁTICO
Lógicas comerciais e mercantis da modernidade
 
HABILIDADES
(GO-EF07HI14-C) Compreender a forma de produção predominante na América Portuguesa e sua relação com o comércio triangular estabelecido entre Europa, África e América, seus objetivos, mercados e interesses.
Matriz de Habilidades Essenciais
Analisar a Expansão ultramarina, a exploração e o comércio entre europeus e povos indígenas originários.
 
OBJETIVOS DE CONHECIMENTOS
As lógicas mercantis e o domínio europeu sobre os mares e o contraponto Oriental:
 
CONTEÚDO
Mercantilismo: expansão e colonização da América, África e Oriente
 
METODOLOGIA:
Os objetivos da aula são:
Definir o conceito de Mercantilismo e identificar suas três características centrais: intervencionismo estatal, metalismo e colonialismo.
Analisar a relação de exploração entre metrópole e colônia dentro da lógica do Pacto Colonial.
Diferenciar o pensamento econômico mercantilista das primeiras críticas liberais apresentadas por Adam Smith.
Desenvolver a capacidade de análise textual, inferência de informações e distinção entre fato e opinião.
 
Para tanto, nos serviremos da seguinte estrutura de aula:
Iniciar a aula com uma pergunta disparadora para a turma
 
1. Como um reino ou país se tornava rico há 500 anos?
Um reino se tornava rico principalmente ao acumular a maior quantidade possível de metais preciosos, como ouro e prata. Para conseguir isso, eles adotavam algumas estratégias:
 
Metalismo: Acreditavam que a riqueza era medida pela quantidade de ouro e prata que possuíam.
 
Balança Comercial Favorável: Esforçavam-se para vender muito mais produtos para outros países do que compravam deles.
 
Protecionismo: Cobravam impostos muito altos sobre produtos estrangeiros para desestimular a compra e proteger a produção nacional.
 
Colonialismo: Dominavam outras terras (colônias) para extrair matérias-primas valiosas e forçá-las a comprar seus produtos manufaturados.
 
2. E hoje, como um país enriquece?
De acordo com as críticas apresentadas no final do texto (as ideias de Adam Smith), hoje entende-se que a riqueza de um país não vem apenas do acúmulo de ouro e prata. A verdadeira riqueza está na capacidade de produzir bens e serviços. Um país enriquece ao ter uma produção forte e ao participar do livre comércio com outras nações, permitindo a circulação de mercadorias sem as altas taxas protecionistas do passado.
 
Apresentar o texto base sobre Mercantilismo e explicar a dinâmica da Rotação por Estações, dividindo a turma nos grupos. Cada estação terá uma tarefa específica.
Os grupos rotacionam pelas quatro estações, realizando as atividades propostas.
 
Estação 1: Conceitos Fundamentais
Tarefa de História: Ler os parágrafos 1 e 2 do texto e criar um mapa mental que responda: O que foi o mercantilismo? Quem se beneficiava da intervenção do Estado na economia e por quê?
 
Alinhamento com Descritor (Língua Portuguesa): D027_P (8º ano) - Distinguir ideias centrais de secundárias ou tópicos e subtópicos. A atividade exige que os alunos identifiquem o conceito principal (mercantilismo) e suas ideias de suporte (intervenção estatal e beneficiários).
 
Mapa mental
Tema Central: MERCANTILISMO
 
Ramificação 1: O que é?
Política econômica dos reinos absolutistas europeus.
 
Três Características Principais:
Intervenção do Estado
 
Metalismo
 
Colonialismo
 
Ramificação 2: Intervenção do Estado
Objetivo: Fortalecer e regular a economia do reino.
 
Finalidade Prática: Permitir a formação de exércitos e marinhas fortes.
 
Ramificação 3: Beneficiários da Intervenção
Principal Beneficiário: A Dinastia Real
Por quê? Porque fortalecia seu poder através das vitórias em conflitos.
 
Outro Beneficiário: A Burguesia
Por quê? Porque também obtinha "grandes benefícios", o que a fazia aceitar o poder do rei.
 
Estação 2: A Riqueza das Nações
Tarefa de História: Ler os parágrafos 3 e 4, focados em Metalismo. Explicar com as próprias palavras o que era o metalismo e a balança comercial favorável.
 
Alinhamento com Descritor (Língua Portuguesa): D038_P (9º ano) - Distinguir um fato da opinião. Solicitar que identifiquem no texto a opinião da época ("a riqueza de um país se media pela quantidade destes [metais] dentro de suas fronteiras") e um fato (o protecionismo era aplicado por meio de altas taxas alfandegárias).
 
Alinhamento com Descritor (Matemática): D048_M (6º ano) - Utilizar porcentagem na resolução de problemas. Propor um problema simples: "Se um produto importado custava 80 moedas e a metrópole aplicava uma taxa protecionista de 50%, qual seria o preço final do produto? Era mais vantajoso comprar o produto nacional, que custava 100 moedas?".
 
Tarefa de História
Explicação sobre Metalismo: Os alunos devem explicar que o metalismo era a ideia de que a riqueza e o poder de um reino eram medidos pela quantidade de metais preciosos (ouro e prata) que ele acumulava. O objetivo era manter esses metais dentro das fronteiras do país a todo custo.
 
Explicação sobre Balança Comercial Favorável: Eles devem descrever que, para acumular metais, era essencial manter uma balança comercial favorável. Isso significava que o país precisava vender (exportar) mais produtos do que comprava (importava). O texto também menciona que essa era vista como uma transação de "soma zero", na qual um país enriquecia enquanto o outro empobrecia na mesma medida.
 
Alinhamento com Língua Portuguesa (D038_P)
Opinião: Os alunos devem identificar a frase "a riqueza de um país se media pela quantidade destes [metais preciosos] dentro de suas fronteiras" como uma opinião ou crença da época. O próprio texto usa o termo "se acreditava no período", indicando que não se trata de um fato universal, mas de uma visão específica daquele tempo.
 
Fato: Eles devem apontar como fato a seguinte descrição: "era utilizado o protecionismo. Por meio de altas taxas alfandegárias, a mercadoria estrangeira acabava se tornando tão cara que era mais vantajoso adquirir um produto nacional". Isso descreve uma ação concreta e observável (a aplicação de impostos) que era uma política do período.
 
Alinhamento com Matemática (D048_M)
Resolução do Problema:
 
Calcular a taxa: 50% de 80 moedas = 40 moedas.
 
Calcular o preço final: Preço original (80) + taxa (40) = 120 moedas.
 
Comparar e concluir: O produto importado custaria 120 moedas, enquanto o produto nacional custava 100 moedas. Portanto, os alunos devem concluir que era mais vantajoso comprar o produto nacional, demonstrando na prática como o protecionismo funcionava para incentivar o consumo de mercadorias locais, conforme descrito no texto.
 
Estação 3: Metrópole versus Colônia
Tarefa de História: Ler o parágrafo 5, sobre Colonialismo. Desenhar um esquema (fluxograma) que mostre a relação econômica entre a metrópole e a colônia, indicando o que cada uma fornecia e recebia.
 
Alinhamento com Descritor (Língua Portuguesa): D030_P (8º ano) - Reconhecer os elementos que compõem uma narrativa e o conflito gerador. Pedir que identifiquem a "narrativa" do colonialismo: os "personagens" (metrópole, colônia, burguesia comerciante) e o "conflito gerador" (a exploração econômica e o monopólio comercial).
 
Alinhamento com Descritor (Matemática): D037_M (7º ano) - Utilizar área de figuras bidimensionais na resolução de problema. Solicitar que desenhem dois retângulos para representar a metrópole e a colônia. A área de cada retângulo deve representar simbolicamente o "lucro" ou "poder". O retângulo da metrópole deve ser visivelmente maior, ilustrando a desigualdade no sistema.
 
Estação 4: O Fim do Mercantilismo
Tarefa de História: Ler o parágrafo 6 e criar uma tabela comparando as ideias mercantilistas com as críticas do liberalismo de Adam Smith em relação à fonte de riqueza e ao papel do comércio.
 
Alinhamento com Descritor (Língua Portuguesa): D023_P (7º ano) - Inferir informações em textos. Perguntar aos alunos: "O texto diz que a França ficou mais pobre mesmo com as políticas de Colbert. O que podemos inferir sobre a eficácia do mercantilismo a longo prazo?".
 
Alinhamento com Descritor (Matemática): D053_M (8º ano) - Resolver problema envolvendo informações apresentadas em tabelas e/ou gráficos. A própria criação da tabela comparativa já mobiliza essa habilidade de organizar e interpretar informações de forma estruturada.
 
Tabela

Característica

Pensamento Mercantilista

Pensamento Liberal (Adam Smith)

Fonte de Riqueza

A riqueza é a quantidade de metais preciosos (ouro e prata) acumulados no território.

A riqueza está relacionada à produção de bens.

Papel do Comércio

O comércio deve ser controlado pelo Estado, com altas taxas alfandegárias (protecionismo) para garantir uma balança comercial positiva.

A atividade comercial deve ser livre, sem as restrições do mercantilismo, para beneficiar a produção.

Validade da Teoria

Acredita-se que acumular metais enriquece o reino.

A ideia de que metais preciosos equivalem à riqueza é falsa.

 
Pergunta: "O texto diz que a França ficou mais pobre mesmo com as políticas de Colbert. O que podemos inferir sobre a eficácia do mercantilismo a longo prazo?"
 
Resposta esperada: Os alunos devem inferir que, apesar da aparência de luxo e poder ("opulência"), as políticas mercantilistas de Colbert não foram eficazes para enriquecer a França a longo prazo. A inferência correta é que a prática do mercantilismo, focada no acúmulo de metais e no protecionismo, na verdade se mostrou prejudicial, levando ao empobrecimento do país. Isso sugere que a teoria mercantilista era falha na prática.
 
Alinhamento com Matemática (Habilidade de Organização)
A própria construção da tabela na tarefa de História atende a este descritor. Espera-se que o aluno seja capaz de extrair informações de um texto corrido e organizá-las de forma lógica e estruturada em colunas e linhas, permitindo uma comparação visual e direta entre dois sistemas de pensamento econômico. A habilidade avaliada é a capacidade de transformar dados textuais em uma representação gráfica (tabela) para análise.
 
Material didático:
Texto: Seduc GO, NetEscola 7º ano, Quarto Bimestre.
 
🔖ATIVIDADE AVALIATIVA🎒
Solicitar aos alunos que respondam individualmente a um questionário com três questões:
Descrever com suas palavras as três principais características do mercantilismo.
 
Analisar a seguinte frase do texto: "a riqueza de um país se media pela quantidade de [metais preciosos] dentro de suas fronteiras". Esta afirmação representa um fato ou uma opinião da época? Justificar.
 
Com base no esquema da relação metrópole-colônia, explicar por que o colonialismo era fundamental para o sucesso do mercantilismo.
 
🔖ATIVIDADE AVALIATIVA FLEXIBILIZADA🎒
1. Alunos com déficit intelectual que sabem ler
Oferecer uma atividade de múltipla escolha e associação com apoio visual.
 
Questão 1: Marcar um "X" nas palavras que são características do mercantilismo: ( ) Metalismo, ( ) Liberdade de comércio, ( ) Colonialismo, ( ) Intervenção do Estado.
 
Questão 2: Ligar as imagens às palavras corretas.
Imagem de um rei dando ordens -> Intervenção do Estado
 
Imagem de um baú de moedas de ouro -> Metalismo
 
Imagem de um mapa mostrando Europa e América -> Colonialismo
 
2. 🧠 Aluno com Síndrome de Down (não sabe ler nem escrever)
Realizar uma avaliação oral e manipulativa.
 
Utilizar figuras grandes e plastificadas: uma representando a METRÓPOLE (um castelo, um rei) e outra a COLÔNIA (uma plantação, pessoas trabalhando na terra).
 
Mostrar figuras menores de produtos: uma barra de ouro, açúcar (matéria-prima) e um sapato, um tecido (manufatura).
 
Pedir ao aluno, através de comandos verbais simples, que coloque as figuras dos produtos junto à figura correta. "O ouro sai da colônia ou da metrópole? Coloque a figura no lugar certo". "O sapato é vendido pela metrópole ou pela colônia?". A avaliação consiste em observar se o aluno faz as associações corretas.
 
3. 🧑‍🦽 Aluno com paralisia cerebral (não lê, não escreve, nem se comunica efetivamente)
Utilizar um método de resposta por indicação, com apoio de tecnologia assistiva, se disponível, ou recursos de baixa tecnologia.
 
Apresentar duas imagens lado a lado (ex: um rei controlando tudo vs. pessoas negociando livremente).
 
Fazer uma pergunta simples e direta: "Qual imagem mostra o controle do rei na economia (mercantilismo)?".
 
O aluno pode responder através do olhar (fixando o olhar na imagem correta por alguns segundos), apontando com a cabeça ou usando um comunicador com botões de "sim/não" ou "opção 1/opção 2". A avaliação se dará pela correção das escolhas feitas pelo aluno em uma série de duas ou três perguntas binárias.
 
4. 🌿 Aluno indígena xavante (idioma Akwẽ/Acuen)
Conduzir a avaliação com o suporte de um intérprete ou professor de apoio bilíngue, valorizando a oralidade e a conexão cultural.
 
A avaliação deve ser oral. O professor faz a pergunta em português, o intérprete traduz para o Aquém, e o aluno responde em sua língua, sendo sua resposta traduzida de volta para o português.
 
Utilizar analogias que possam fazer sentido no contexto cultural do aluno para explicar os conceitos. Por exemplo, explicar a exploração colonial comparando com uma situação hipotética de troca desigual de artesanato por produtos industrializados.
 
A pergunta avaliativa pode ser: "Na história que estudamos, quem mandava e ficava com a maior parte da riqueza: a terra do rei (metrópole) ou a terra distante (colônia)? Por quê?". A avaliação considerará a compreensão do conceito de poder e desigualdade na relação, mais do que a memorização dos termos.
 
MATERIAL:
Mercantilismo
1. Este termo se refere à política econômica dos reinos europeus absolutistas. O mercantilismo tem três características centrais: intervenção do Estado, metalismo e colonialismo. Os principais nomes desta política são: Jean-Baptiste Colbert (1619 - 83), ministro das Finanças do rei Luís XIV (1638 - 1715), Thomas Mun (1571 - 1641), diretor da Companhia das Índias Orientais, e Antonio Serra (c. 1550 – c. 1600), economista e filósofo italiano.
2. Intervenção estatal - A intervenção econômica governamental visava fortalecer e regulamentar a estrutura financeira do reino, possibilitando assim a constituição de exércitos e marinhas. Embora, em última análise, isso beneficiasse principalmente a dinastia real, que poderia fortalecer seu poder ao sair vitoriosa de conflitos, a burguesia também tinha grandes benefícios – o que fazia este grupo aceitar a situação.
3. Metalismo - Já o metalismo consistia em manter um equilíbrio favorável ao reino entre a saída e a entrada de metais preciosos. Uma vez que se acreditava no período que a riqueza de um país se media pela quantidade destes dentro de suas fronteiras, era preciso manter uma balança comercial positiva; para isto, era utilizado o protecionismo. Por meio de altas taxas alfandegárias, a mercadoria estrangeira acabava se tornando tão cara que era mais vantajoso adquirir um produto nacional.
4. O mercantilismo entendia que uma simples transferência de recursos: assim, o país que vendesse um produto enriqueceria, e o que comprasse empobrecia na mesma medida, sendo uma transação de soma Zero. Dentro dessa lógica, a única possibilidade de se aumentar o montante total da riqueza seria extraindo-a da terra na forma de metais preciosos. Um dos meios de acumular metais era procurar manter uma balança comercial favorável, ou seja, vender produtos muito mais caros e em maior quantidade do que aqueles que eram comprados de outros países.
5. Colonialismo - Por último, havia a fundamental necessidade de manter colônias – ou seja, explorar e dominar novas terras além da Europa. Embora o colonialismo tivesse se iniciado propriamente falando no final do século XV, com a descoberta das Américas pelo navegador genovês Cristóvão Colombo (1451 – 1506) e, depois, pelo fidalgo português Pedro Álvares Cabral (c. 1467 – c. 1520), ele apenas se tornaria uma política nacional dos reinos europeus no século XVII. A função das colônias era fornecer valiosos produtos para suas metrópoles, que seriam depois vendidas no mercado europeu. Por outro lado, as próprias colônias eram obrigadas a comprar as manufaturas da metrópole por preços elevados. Isso se dava devido ao fato que não existia concorrência graças ao monopólio estabelecido. Desta forma, o lucro ficava não com os produtores coloniais, mas sim com os comerciantes burgueses oriundos da metrópole. Em suma, O colonialismo consiste num sistema bipolar: o polo colonizador (a Metrópole) e o polo colonizado (a Colônia). As origens, as estruturas econômicas, sociais, políticas e ideológicas e o significado das formações coloniais são condicionados pelos interesses e ações de suas Metrópoles.
6. No século seguinte, o mercantilismo já começaria a ser criticado pela teoria política do liberalismo, embora só fosse ficar realmente obsoleto como prática econômica no século seguinte. Segundo o filósofo e economista britânico Adam Smith (1723 – 90), a identificação entre a quantidade dos metais preciosos dentro do território e riqueza era simplesmente falsa. Na verdade, as altas taxas alfandegárias pensadas para manter a balança comercial positiva não trazia mais dinheiro para o reino; de fato, apesar de toda a opulência do reinado de décadas do Rei Sol, a França estaria mais pobre quando Colbert faleceu. Segundo a linha econômica liberal, a atividade comercial deveria ser livre independentemente do território, uma vez que a riqueza não era equivalente ao acúmulo das reservas monetárias, mas sim relacionada com a produção de bens – que se beneficiaria da livre circulação econômica abominada pelo mercantilismo.

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