Aula 131 Escravidão moderna

TEMA: Escravidão moderna
Nossa aula foi:
7ºA, terça-feira, 11 de novembro de 2025.
7ºB, terça-feira, 11 de novembro de 2025.EIXO TEMÁTICO
Lógicas comerciais e mercantis da modernidade
 
HABILIDADES
(EF07HI16) Analisar os mecanismos e as dinâmicas de comércio de escravizados em suas diferentes fases, identificando os agentes responsáveis pelo tráfico e as regiões e zonas africanas de procedência dos escravizados.
Matriz de Habilidades Essenciais
Compreender sobre o processo do tráfico de escravizados, suas dinâmicas e seus impactos sociais e econômicos.
 
OBJETIVOS DE CONHECIMENTOS
A escravidão moderna e o tráfico de escravizados:
 
CONTEÚDO
Conceito de escravidão em diferentes tempos e espaços
 
METODOLOGIA:
Os objetivos da aula são:
Compreender o conceito de escravidão moderna e sua diferença em relação à escravidão antiga.
Identificar formas contemporâneas de trabalho escravo no Brasil e no mundo.
Estimular a reflexão crítica sobre os direitos humanos e a dignidade do trabalhador.
Relacionar dados numéricos apresentados no texto à leitura e interpretação de gráficos.
Desenvolver a capacidade de interpretação textual, inferência de informações e distinção entre fatos e opiniões.
 
Para tanto, nos serviremos da seguinte estrutura de aula:
Apresentar os objetivos da aula e ativar conhecimentos prévios sobre a escravidão no Brasil. Perguntar aos alunos o que compreendem por “escravidão moderna”.
Alinhamento com Língua Portuguesa (7º ano): D023_P (Inferir informações em textos).
Alinhamento com Matemática (7º ano): D037_M (Utilizar área de figuras bidimensionais na resolução de problema), ao interpretar proporções em gráficos.
 
Possíveis respostas dos alunos
Relacionar escravidão moderna ao trabalho forçado, mesmo sem vínculo formal, em fazendas, indústrias ou casas, onde as pessoas trabalham sob ameaça ou contra a vontade.
 
Referir que escravidão moderna envolve condições degradantes, como ausência de liberdade ou de pagamento adequado, jornadas excessivas e maus-tratos físicos e psicológicos.
 
Mencionar o uso de dívidas para forçar o trabalhador a não abandonar o emprego, retenção de documentos e promessas enganosas de melhores condições de vida.
 
Apontar que, embora a escravidão antiga tenha acabado pela Lei Áurea, ainda existem situações semelhantes atualmente devido a questões socioeconômicas.
 
Associar escravidão moderna ao tráfico de pessoas, exploração sexual e até trabalho infantil, conforme mostram reportagens e campanhas de conscientização.
 
Distinguir entre a escravidão legalmente permitida no passado e a atual prática criminalizada pelo Código Penal Brasileiro.
 
Aplicar a metodologia ativa “Sala de Aula Invertida”:
Na aula anterior, solicitar que os alunos leiam o texto “Escravidão moderna” e façam anotações de pontos importantes e dúvidas.
Iniciar esta aula com debates em duplas e grupos, compartilhando as anotações e ampliando o entendimento coletivo.
Realizar a leitura compartilhada do texto com destaque para termos e informações principais.
 
Informações essenciais do texto “Escravidão moderna”
A escravidão no Brasil durou cerca de 300 anos e foi abolida pela Lei Áurea em 1888.
 
Embora banida pela lei, formas de escravidão continuam existindo no Brasil e no mundo, caracterizando a chamada escravidão moderna.
 
Escravidão moderna envolve pessoas forçadas a trabalhar contra sua vontade por meio de intimidação, ameaça, violência física ou psicológica.
 
Diferença principal: escravidão antiga era legalmente permitida, e pessoas eram tratadas como propriedade, enquanto hoje isso é proibido pelo Código Penal Brasileiro.
 
Antes, havia alto custo para comprar um escravo; atualmente, vítimas geralmente são aliciadas e o gasto é menor, muitas vezes resumido ao transporte.
 
A escravidão colonial e imperial era baseada em critérios étnicos (negros e indígenas); hoje, fatores econômicos, como pobreza e miséria, tornam pessoas vulneráveis à escravidão moderna.
 
Semelhança entre os dois períodos: uso de medidas intimidatórias e punições para manter as pessoas submetidas à escravidão.
 
Estimativa mundial: mais de 45,8 milhões de pessoas vivem em condições de escravidão, conforme o Índice Global de Escravidão (Fundação Walk Free, 2016).
 
Tipos de trabalhos associados à escravidão moderna incluem: indústria da pesca, tráfico de drogas (inclusive infantil), exploração sexual, crianças obrigadas a pedir esmolas, serviço doméstico e agrícola em propriedades privadas fora da fiscalização pública.
 
Pessoas são atraídas por falsas promessas de emprego, levadas a lugares isolados, têm documentos retidos e são forçadas a quitar dívidas com trabalho gratuito.
 
Fatores que ampliam a vulnerabilidade à escravidão moderna: pobreza, falta de oportunidades, discriminação de gênero, xenofobia e patriarcado.
 
Condições degradantes: mortes, castigos físicos, alojamentos precários sem água potável, alimentação inadequada, ausência de equipamentos de proteção e jornadas acima de 12 horas diárias.
 
Propor que os alunos identifiquem fatos (dados concretos) e opiniões (interpretações sobre os fatos).
Alinhamento com Língua Portuguesa (6º e 9º anos, por progressão): D038_P / D038_P Identificar fato e opinião.
Fatos (dados concretos) e marcas textuais
O regime escravocrata desempenhou importante influência sobre a estrutura social do Brasil, onde a escravidão durou cerca de 300 anos e foi abolida através da Lei Áurea em 1888.
 
Marca textual: “durou cerca de 300 anos”, “abolida através da Lei Áurea em 1888”
 
O trabalho escravo foi banido legalmente no Brasil e em quase todos os países do mundo.
 
Marca textual: “foi banido no Brasil e em quase todos os países do mundo”
 
A expressão “escravidão moderna” é usada para designar relações de trabalho em que pessoas são forçadas a exercer uma atividade contra a sua vontade mediante intimidação.
 
Marca textual: “é usada para designar as relações de trabalho em que pessoas são forçadas...”
 
Na escravidão antiga, a lei permitia que uma pessoa fosse propriedade da outra.
 
Marca textual: “a lei permitia que uma pessoa fosse propriedade da outra”
 
O Código Penal Brasileiro proíbe que uma pessoa seja tratada como mercadoria.
 
Marca textual: “O Código Penal Brasileiro proíbe...”
 
Nos tempos antigos, os escravos eram negros ou indígenas.
 
Marca textual: “era determinada por características étnicas: os escravos eram negros ou indígenas”
 
A escravidão moderna enfrenta menor importância de características étnicas; pessoas em situação de pobreza e miséria são vítimas.
 
Marca textual: “Hoje essa característica tem menor importância...”
 
Segundo a Fundação Walk Free, atualmente a escravidão atinge mais de 45,8 milhões de pessoas em todo o mundo.
 
Marca textual: “Mais de 45,8 milhões de pessoas em todo o mundo”
 
Tipos de trabalho escravo mencionados: indústria da pesca, tráfico de drogas, exploração sexual, crianças obrigadas a esmolar, trabalho em propriedades privadas.
 
Marca textual: “a Walk Free aponta...”, “trabalhos vinculados às drogas...”, “exploração sexual...”, “crianças obrigadas por criminosos a pedir esmolas...”
 
Vítimas são atraídas por falsas promessas, levadas a lugares isolados, documentos retidos, endividadas com trabalho gratuito.
 
Marca textual: “levadas a lugares isolados, onde têm seus documentos retidos...”
 
Pobreza, falta de oportunidades, xenofobia, patriarcado e discriminação de gênero contribuem para o aumento da escravidão moderna.
 
Marca textual: “a pobreza e a falta de oportunidades desempenham importante papel...”
 
Símbolos da escravidão moderna: mortes, castigos físicos, alojamentos sem redes de esgoto ou iluminação, jornadas superiores a 12 horas diárias, sem água potável, sem alimentação adequada.
 
Marca textual: “é caracterizado por mortes e castigos físicos... jornadas de trabalho superiores a 12 horas diárias...”
 
Opiniões (interpretações sobre os fatos) e marcas textuais
Isso quer dizer que não existe mais escravidão no país?
 
Marca textual: “Isso quer dizer que não existe mais escravidão no país?” (questionamento sugestivo)
 
Não exatamente!
 
Marca textual: “Não exatamente!” (afirmação interpretativa)
 
São escravizadas as pessoas em situação de pobreza e miséria.
 
Marca textual: “são escravizadas as pessoas em situação de pobreza e miséria” (generalização interpretativa)
 
Medidas intimidadoras e punitivas aplicadas às pessoas em situação de escravidão são semelhantes entre os dois períodos.
 
Marca textual: “O que existe de semelhança entre os dois períodos são as medidas intimidadoras e punitivas...” (interpretação comparativa)
 
A grande maioria das pessoas nessa situação é atraída por falsas promessas de emprego e melhoria de vida.
 
Marca textual: “A grande maioria das pessoas nessa situação é atraída por falsas promessas...” (estimativa pressuposta)
 
Outros fatores contribuintes além das desigualdades sociais são a xenofobia, o patriarcado e a discriminação de gênero.
 
Marca textual: “Outros fatores contribuintes além das desigualdades sociais...” (interpretação dos fatores)
 
Essas condições são degradantes e desumanas.
 
Marca textual: “A grande maioria das pessoas nessa situação é atraída por falsas promessas...” (caráter opinativo/descritivo no uso de ‘degradantes’, ‘abusivas’, ‘castigos’)
 
Material didático:
Texto: Seduc GO, NetEscola 7º ano, Quarto Bimestre.
 
🔖ATIVIDADE AVALIATIVA🎒
Produzir um parágrafo argumentativo relacionando o texto estudado à realidade brasileira atual.
 
Representar graficamente um dado do texto (porcentagem de pessoas escravizadas).
 
Critérios: compreensão histórica, interpretação de texto e utilização coerente de dados numéricos.
 
🔖ATIVIDADE AVALIATIVA FLEXIBILIZADA🎒
1. Alunos com déficit intelectual que sabem ler
Realizar leitura guiada do texto com apoio de imagens.
 
Marcar, com cores, trechos que mostrem injustiça e liberdade.
 
Responder oralmente a perguntas orientadas sobre o que entendeu.
 
2. 🧠 Aluno com Síndrome de Down (não sabe ler nem escrever)
A avaliação deve ser oral e visual.
Identificar imagens de pessoas em diferentes situações de trabalho e associar as que demonstram trabalho escravo e as que indicam trabalho digno.
 
Expressar compreensões por meio de desenhos ou colagem.
 
3. 🧑‍🦽 Aluno com paralisia cerebral (não lê, não escreve, nem se comunica efetivamente)
Utilizar pranchas de comunicação alternativa (figuras de escolhas binárias: escravidão × liberdade, justiça × injustiça).
 
O professor avalia pela seleção de imagens e expressões faciais de aceitação ou recusa.
 
4. 🌿 Aluno indígena xavante (idioma Akwẽ/Acuen)
Envolver intérprete bilíngue (Português–Akwẽ) para mediação.
 
Solicitar que o aluno conte, em sua língua, como compreende o tema após visualização de imagens contextualizadas.
 
Valorizar a oralidade e o saber cultural, comparando os conceitos de liberdade no contexto xavante.
 
MATERIAL:
Escravidão moderna
1. O regime escravocrata desempenhou importante influência sobre a estrutura social do Brasil, onde a escravidão durou cerca de 300 anos e foi abolida através da Lei Áurea em 1888. Isso quer dizer que não existe mais escravidão no país?
2. Não exatamente! Mesmo que o trabalho escravo tenha sido banido no Brasil e em quase todos os países do mundo, ele continua a atingir muitas pessoas. Confira de que forma a chamada escravidão moderna acontece na sociedade brasileira e que medidas têm sido adotadas para combater o problema.
3. A expressão “escravidão moderna” é usada para designar as relações de trabalho em que pessoas são forçadas a exercer uma atividade contra a sua vontade mediante formas de intimidação, como ameaça, detenção, violência física ou psicológica.
4. A escravidão moderna é diferente da escravidão antiga, praticada no Brasil durante os períodos colonial e imperial. A principal diferença é que, no período da escravidão antiga, a lei permitia que uma pessoa fosse propriedade da outra, um objeto que poderia ser negociado em troca de dinheiro. Hoje, o Código Penal Brasileiro proíbe que uma pessoa seja tratada como mercadoria.
5. Outra distinção é que os custos para adquirir um escravo eram mais altos antes, quando ele precisava ser comprado. Hoje, as pessoas em situação de escravidão são geralmente aliciadas e muitas vezes o patrão gasta apenas com o transporte até a propriedade.
6. Por último, a mão de obra escrava nos tempos coloniais e imperiais era determinada por características étnicas: os escravos eram negros ou indígenas. Hoje essa característica tem menor importância, são escravizadas as pessoas em situação de pobreza e miséria.
7. O que existe de semelhança entre os dois períodos são as medidas intimidadoras e punitivas aplicadas às pessoas em situação de escravidão.
8. Atualmente, a escravidão atinge mais de 45,8 milhões de pessoas em todo o mundo. É o que diz o Índice Global de Escravidão, publicado em 2016 pela Fundação Walk Free, da Austrália. A organização define a escravidão como “uma situação de exploração da qual não se consegue sair porque está sob ameaça, violência, coerção ou abuso de poder”.
9. Como principais tipos de trabalho que empregam mão de obra escrava, a Walk Free aponta
9.1 a indústria da pesca, onde milhares de pessoas são forçadas a trabalhar em barcos de pesca, podendo permanecer anos sem ver a costa. As vítimas desse tipo de trabalho relatam que quem é pego tentando escapar pode ser morto ou lançado ao mar;
9.2 trabalhos vinculados às drogas, que empregam inclusive trabalho escravo infantil;
9.3 exploração sexual, que faz cerca de 4,5 milhões de vítimas, sendo uma a cada quatro delas menor de idade;
9.4 o relatório aponta ainda que muitas crianças ao redor do mundo são obrigadas por criminosos a pedir esmolas nas ruas;
9.5 grande parte da escravidão moderna acontece em propriedades particulares como casas e fazendas, longe da visão do público.
10. A grande maioria das pessoas nessa situação é atraída por falsas promessas de emprego e melhoria de vida. Contudo, acabam sendo levadas a lugares isolados, onde têm seus documentos retidos e são atrelados a uma dívida, que deve ser quitada com “trabalho gratuito”.
11. Segundo a Fundação Walk Free, a pobreza e a falta de oportunidades desempenham importante papel no aumento da vulnerabilidade das pessoas à escravidão moderna. Outros fatores contribuintes além das desigualdades sociais são a xenofobia, o patriarcado e a discriminação de gênero.
13. Ainda hoje, o trabalho escravo é caracterizado por mortes e castigos físicos, alojamentos sem redes de esgoto ou iluminação, sem armários ou camas, com jornadas de trabalho superiores a 12 horas diárias, sem alimentação, sem água potável e sem equipamentos de proteção.

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